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Vista parcial da Estação de Tratamento de Água de Santana do Mundaú - AL. |
Município apresenta consumo diário de 288,44 litros
por habitante, maior que o Estado do Rio de Janeiro, que lidera o ranking
nacional com consumo de 266 litros por habitante por dia.
A
Cidade de Santana do Mundaú possui uma Estação Convencional de Tratamento de
Água que é administrado pela prefeitura. O Sistema de Tratamento de Água do
Município foi concebido mediante convênio da Prefeitura Municipal com o
Ministério da Saúde (FUNASA) e inaugurado em 07 de julho de 2003. Foi uma grande conquista para a população que
antes utilizava água de cacimbas sem qualquer tratamento.
A Estação de Tratamento de Água,
tecnicamente denominada de ETA, é composta por um conjunto de estruturas,
equipamentos e produtos químicos que visam adequar os parâmetros físicos,
químicos e microbiológicos da água retirada da natureza “água bruta” a Legislação
do Ministério da Saúde, Portaria nº 2.914 de 11 de dezembro de 2011 (que
substituiu a 518 de 2004) a qual dispõe sobre os procedimentos de controle e de
vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de
potabilidade, de forma que após o tratamento a água não ofereça riscos à saúde
pública.
O consumo médio de água por
habitante por dia varia principalmente de acordo com nível sócio econômico da
população, clima e seus hábitos. No Brasil, segundo HELLER & PÁDUA (2010) é
adotado como consumo de água necessário para uma vida confortável numa
residência, de 150 a 200 litros por pessoa por dia. Embora, dados de Companhias
Estaduais de Abastecimento apontam um consumo médio no País de 149,4 litros por
habitante por dia. Ressaltam como estados de maior consumo Rio de Janeiro, Espírito
Santo e Distrito Federal (266, 210, 206, litros por habitante dia,
respectivamente), e como de menor consumo Amapá, Piauí e Pernambuco (18, 73, 76
litros por habitante dia, respectivamente). O estado de Alagoas apresenta em
média um consumo de água de 120 litros por habitante dia.
Especificamente o Município Alagoano
de Santana do Mundaú, apresenta um consumo de 288,44 litros por habitante por
dia. Conforme dados obtidos in loco na Estação de Tratamento de Água do
município que atualmente vem tratando uma vazão de 34 litros por segundo de
água bruta, para atender uma população urbana de 5.658 habitantes (IBGE, 2010),
e considerando os coeficientes utilizados para o dimensionamento de sistemas de
abastecimento de água.
Porém, segundo a Organização
Mundial da Saúde, para levar uma vida saudável o consumo mínimo de água potável
diário deveria ser de 50 litros. Portanto, é salutar destacar que no município
apresenta um consumo diário de água maior que o estado do Rio de Janeiro, que
lidera o maior consumo brasileiro (HELLER & PÁDUA, 2010).
Acredita-se que tal fato esteja
ligado aos hábitos da população habituada com a abundância de água
(esquecendo-se que a água proveniente da ETA, tem um valor agregado ser
tratada) aliado ao fato de não haver pagamento do produto disponibilizado,
sendo fornecida gratuitamente a população. Tal circunstância tem levado ao uso
indevido.
O desperdício é notório quando se
observa principalmente em períodos de temperatura elevada, vários moradores
utilizando a água tratada para lavar calçadas e molhar a rua, buscando reduzir
os efeitos da temperatura elevada. Além de utilizarem água tratada para lavar
carros e para outros usos indevidos.
É importante ressaltar que o fato
de desperdiçar água influencia a dinâmica natural da água na Bacia do Rio Mundaú,
pois com a grande utilização de água, necessita que mais água precise ser
capitada para o tratamento, deixando de alimentar o curso principal do rio, com
isso o nosso audacioso Rio Mundaú sofre, com a redução de sua vazão, e
conseqüente interferindo na diluição e transporte de despejos de esgotos
domésticos, ocasionando a mortandade de peixes e desemprego para os pescadores uma
vez que em nossa cidade ainda não há Sistema de Tratamento de Esgotos (ETE).
Portanto, para mudar essa
realidade deve a gestão municipal juntamente com a autoridade municipal de
saúde pública implementar um programa de conscientização sobre a utilização da
água tratada e sobre a conservação dos recursos hídricos que alimentam o Rio Mundaú. A população tem que ser
conscientizada da importância do uso racional da água que chega a sua torneira
e evitar talvez com isso que o pagamento pela utilização da água venha a
ocorrer, como justificativa de reduzir o desperdício de água pela população.
Autores:
M.
Sc. José Thales Pantaleão Ferreira1
Elvis
Pantaleão Ferreira2
1Doutorando:
Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal do Ceará.
2Especialista
em Eng. Ambiental e Tecnólogo em Saneamento Ambiental.
Referência
bibliográfica:
HELLER, L., PÁDUA, V. L.
(organizadores) – Abastecimento de Água para Consumo Humano. 2º edição. Rev. e
atual. Belo Horizonte: 2 v. 481p. 2010.
Ministério Saúde, Portaria nº
2.914 de 11 de dezembro de 2011. Disponível em <
http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/port_2914_qualidade_h2o.pdf.
Acesso em 31 de Dez. de 2011.
EXCELENTE MATÉRIA, O THALES E O ELVIS RESSALTAM A IMPORTÂNCIA DA ÁGUA E O SEU CONSUMO COM RESPONSABILIDADE SOCIAL.
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