“INPE, ALERTA QUE O NORDESTE PODE TER
REDUÇÃO DE CHUVA EM 40% ABAIXO DO NORMAL”
Figura 1. Pomar de laranja sob forte estresse hídrico em Santana do Mundaú. Fonte: Os autores (2013). |
Dados publicados em fevereiro de 2013 pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE alertam que o trimestre que inicia em
março e termina em maio de 2013, indica provável ocorrência de chuvas abaixo da
faixa normal, estimado em 40% para quase toda da Região Nordeste. Contudo,
seguida pela probabilidade de 35% de ocorrência de chuvas na categoria normal e
25% de probabilidade na categoria acima da normal.
Ainda segundo o INPE, o motivo são as águas superficiais
que continuam mais frias que o normal na faixa equatorial, desde a costa oeste
da América do Sul até o setor central do Pacífico, episódio que está associado
ao fenômeno El Niño-Oscilação Sul. Assim, influenciando a distribuição de
chuvas, especialmente sobre o Nordeste do Brasil, no decorrer do próximo
trimestre, conforme sinaliza os modelos de previsão climática.
Estado de
Alagoas é o maior produtor nacional de laranja lima (Citrus sinensis (L.) Osbeck) e vem sofrendo bastante o efeito da
estiagem. A região do “Vale do Mundaú” forma o parque citrícola,
composto pelos municípios de Branquinha, Ibateguara, São José da Laje, União
dos Palmares e Santana do Mundaú, conforme pode ser observado na figura 1
(FERREIRA et al., 2012). Esta região demonstra claros sinais de redução da
produção de laranja, morte de plantas e morte de mudas, causando grandes
prejuízos aos produtores e a economia de Alagoas.
Figura 2. Municípios que integram o vale do mundaú em Alagoas e em destaque o município de Santana do Mundaú. Fonte: Os autores (2013). |
O Município de Santana do Mundaú concentra a maior área
cultivada com laranja lima (Citrus sinensis (L.) Osbeck), responsável
por 90% da produção estadual (FERREIRA et al., 2012). Contudo, a súbita falta
de chuvas tem preocupado o setor, pois a escassez hídrica vivenciada tem
comprometido o desenvolvimento das plantas e as futuras safras. Contudo ainda é
cedo para estimar a queda na produtividade, mas expecula-se que a produção será
menor que os anos anteriores.
Figura 3. Série histórica de precipitação do Município de Santana do Mundaú-AL. |
Espera-se que a partir deste mês de março as
precipitações sejam mais intensas e frequentes, pois conforme dados da série
histórica de chuvas de Santana do Mundaú-AL, disponibilizados pelo Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) (Figura 3), os meses de abril (169 mm),
maio (191 mm), junho (197 mm) e julho (228 mm) são os mais chuvosos, sendo
também esperado algo entorno de 119 mm de chuva para o mês de março,
contribuindo para redução dos drásticos efeitos da seca em nossa região.
Entretanto, vale resaltar que estamos passando por um período anormal de
chuvas, podendo ter comportamento totalmente diferente dos dados da séria
história de precipitação.
Fontes
consultadas:
Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE. Disponível em <http://infoclima1.cptec.inpe.br/>. Acesso em 01 de
Mar. De 2013.
FERREIRA, E. P.; et al., Citricultura em Santana do
Mundaú AL: manejo agrícola da laranja lima Citrus sinensis (L.) Osbeck e os
desafios para a sustentabilidade da cultura. Enciclopédia biosfera, v.
8, p. 203-219, 2012.
Autores:
1. José Thales Pantaleão
Ferreira
2. Elvis Pantaleão
Ferreira
1. Eng. Agrônomo,
Doutorando em Agronomia: Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal
do Ceará.
2. Especialista em
Engª. Ambiental e Técnico em Agricultura
do Instituto Federal do Espírito Santo.
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