domingo, 28 de julho de 2013

Incidência de Doenças nos Pomares de Laranja Lima em Santana do Mundaú-AL

Em artigo publicado na Revista Agropecuária Científica no Semiárido, v. 9, p. 67-74, 2013. (http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/article/view/265) pesquisadores estudaram a condição fitossanitária de alguns pomares de laranja lima  (citrus sinensis  (L.) Osb.) em Santana do Mundaú – AL. Nós do Vale do Mundaú Agrícola iremos apresentar parte deste trabalho aqui nesta postagem e a outra parte em outra postagem, podendo o leitor acessar o artigo na íntegra no site da revista.

A citricultura na cidade de Santana do Mundaú apresenta sérios problemas com doenças e pragas, que limitam a produção e compromete a segurança econômica dos agricultores, reflexo do pouco suporte técnico disponibilizado aos agricultores durante vários anos e da quase ausência de práticas culturais essenciais para o manejo das fitomoléstias da citricultura.

Embora os plantios de laranja lima (Citrus sinensis (L.) Osb.) em Santana do Mundaú – AL sejam de grande importância econômica para o município, os investimentos em tecnologia são limitados, resultando em baixos índices de produtividade. A inexistência de viveiristas credenciados e a ausência de tecnologias adequadas refletem-se na maioria dos laranjais que convivem com problemas fitossanitários. Frente a estes fatos negativos, admite-se que a tradicional citricultura de Santana do Mundaú encontra-se diante do desafio de modernizar-se, a fim de fugir ao risco de tornar-se economicamente insustentável, apesar da excelente qualidade de seus frutos (COELHO, 2004).

No artigo intitulado “Estudo fitossanitário em pomares de laranja lima (citrus sinensis (L.) Osb.) em Santana do Mundaú – AL” os pesquisadores estudaram a incidência de doenças (gomose e fumagina) e pragas (cochonilha e larva minadora ) em quatro pomares de laranja lima, com histórico de cultivo superior a 20 anos.

A gomose apresentou incidência de mais de 40% nos pomares, contudo o pomar cocal teve 98% de incidência. A elevada incidência de gomose está associada principalmente à utilização de mudas com porta-enxerto suscetível e às práticas culturais.
Figura 1. Sintoma de Gomose observado nos pomares de laranja lima em Santana do Mundaú-AL. 


Gráfico 1. Percentual de incidência de gomose em quatro pomares de laranja lima em Santana do Mundaú-AL.
Os principais sintomas da gomose (Phytophthora sp.) visualizados nos pomares de laranja lima, são lesões no troco acompanhadas de podridões e rachaduras próximo ao ponto de enxertia (Figura 1), estes sintomas são típicos da gomose conforme descrito por FEICHTENBERGER et al. (1997); FEICHTENBERGER (2001); SIVIERO et al. (2002).

Alguns problemas foram levantados, sendo possíveis agravantes da gomose na região: a declividade elevada do terreno favorece o arraste de propágulos do fitopatógeno; o acúmulo de solo junto ao colo das plantas; o encharcamento dos solos nas áreas mais baixas; a utilização de instrumentos (enxada, foice e facão) contaminados nos tratos culturais; plantio de mudas com porta-enxerto suscetível à doença (limão galego); plantio de mudas não certificadas; plantio de mudas contaminadas; permanência de plantas doentes nos pomares; mudas enxertadas com menos de quinze centímetros do solo e mudas plantadas muito profundas, favorecendo o contato com o fitopatógeno.

Segundo os agricultores a gomose é a doença que vem causando maiores prejuízos, devido a sua agressividade, causando perda de produtividade e a morte das plantas que necessitam ser replantadas.


Gráfico 2. Percentual de incidência de fumagina em quatro pomares de laranja lima em Santana do Mundaú-AL.
A incidência de fumagina nos pomares variou 88 a 100%, contudo, apesar destes valores elevados a infestação não estava causando grandes problemas (gráfico 2).
Entre as doenças diagnosticadas nos pomares analisados, a fumagina foi a segunda mais importante, com incidência acima de 85% (gráfico 2) de fumagina, entretanto, com baixa infestação. Esta baixa infestação pode ser atribuída ao período seco em que foi realizada as avaliações, todavia, os dados indicam para um elevado potencial de infestação na época chuvosa, onde o clima estará mais úmido e propício ao desenvolvimento da doença. 
Figura 2. Sintoma de cochonilha observado nos pomares de laranja lima em Santana do Mundaú-AL.
Mesmo em baixa infestação, a doença possui potencial para causar danos econômicos aos agricultores, pois se espalha na forma de uma crosta espessa e negra cobrindo total ou parcialmente por toda a área da folha e em alguns casos também os frutos (Figura 2), prejudicando a planta por reduzir à área fotossintética, a respiração, a transpiração e por tornar os frutos com aparência pouco aceitável no mercado. Geralmente, formigas, cochonilhas e pulgões estão associados à presença de fumagina nas plantas (LEMOS FILHO & PAIVA, 2006).

O controle da fumagina é realizado indiretamente, através do controle de insetos (cochonilhas, pulgões e moscas) que liberam uma secreção açucarada, que serve de alimento para a fumagina. A fumagina pode ser controlada mediante a aplicação de óleo mineral ou inseticida (dimetoato) nas folhas infestadas pelos insetos (FACHINELLO & NACHTIGAl, 2011).

Maiores detalhes sobre este estudo podem ser obtidos acessando o artigo:

FERREIRA, J.T.P. ; FERREIRA, E.P. ; SILVA, W. C. ; MONTEIRO, J. H. A. ; Rocha, I. T. M. ; ALBUQUERQUE, K.N. . Estudo fitossanitário em pomares de laranja lima (citrus sinensis (L.) Osb.) em Santana do Mundaú AL. Agropecuária Científica no Semiárido, v. 9, p. 67-74, 2013. (http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/article/view/265)

Curta nossa Fan Page no Facebook:

Nenhum comentário:

Postar um comentário