Figura 01 – Lançamento in natura de esgoto
doméstico no leito do Rio Mundaú.
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O
Rio Mundaú abrange os Estados de Pernambuco e Alagoas, esse nasce na cidade de
Garanhuns - PE e deságua na laguna mundaú em Maceió - AL. Na porção alagoana
este corpo hídrico banha dez municípios, atendendo direto e indiretamente a uma
população estimada em pouco mais de um milhão habitantes, seja no abastecimento
de água, usos em atividades agropecuárias e industriais.
Vários
estudos apontam que a disposição inadequada de resíduos sólidos urbanos e
industriais (lixões) tem contribuído para a contaminação do solo e dos recursos
hídricos na bacia hidrográfica do Rio Mundaú. Propiciando também desconforto a
harmonia paisagística, proliferação de vetores e consequente transmissão de
doenças infecciosas e parasitárias, podendo levar o homem a inatividade ou
reduzir sua potencialidade para o trabalho, entre outros.
Todavia,
o alto potencial poluidor da bacia hidrográfica esta associado, sobretudo à
ausência de sistemas de tratamento de esgotos das cidades ribeirinhas, que
historicamente lançam os esgotos domésticos e industriais no leito do Rio Mundaú
e seus afluentes.
A
baixa vazão de água escoada na calha do Rio Mundaú tem afetado a autodepuração
dos efluentes lançados no rio pelas cidades ribeirinhas, ocasionando o
decréscimo no teor de oxigênio na massa de água e consequente comprometimento
da fauna aquática.
Pesquisas
destacam que diversos municípios alagoanos localizadas na bacia do Rio Mundaú
apresentam significativa incidência de esquistossomose, que é uma doença
transmissível, parasitária, provocada por vermes trematódeos do gênero Schistosoma.
O Município de Santana do Mundaú em especial, apresenta preocupante índice de
indivíduos com esquistossomose.
Este
acometimento, esta estreitamente associada ao uso da água do Rio Mundaú para lançamento
in natura de esgotos domésticos por
vários municípios, e usos desse recurso hídrico para banho, lavagem de louças e
área de laser em constante exposição ao parasito. Além da inexistência de
banheiros em muitas áreas rurais e o comportamento cultural de algumas pessoas
que evitam utilizar banheiros.
Diante desse cenário, é
importante que os órgãos governamentais unam esforços no sentido de
implementarem eficazes planos e projetos que visem a curto é médio prazo
equacionar os problemas de ordem sanitária e ambiental na bacia hidrográfica do
Rio Mundaú. Promovendo mediante gestão ambiental integrada e participativa o uso
sustentável desse recurso hídrico, bem estar social e melhorias na qualidade de
vida destas populações que aí residem.
Fontes
Consultadas
FERREIRA.
E. P.; et al., desafios para a gestão da bacia hidrográfica do Rio Mundaú -
diagnóstico ambiental de trechos da bacia localizada no estado de Alagoas. Revista Enciclopédia Biosfera. v.8,
N.14; p. 1134 – 2012.
PALMEIRA,
D. C. C.; et al,. Prevalência da infecção pelo Schistosoma mansoni em dois
municípios do Estado de Alagoas. Rev.
Soc. Bras. Med. Trop., Uberaba, v. 43, n. 3, Jun. 2010.
Autores:
1. Elvis Pantaleão
Ferreira
2. José Thales
Pantaleão Ferreira
1. Especialista em
Engª. Ambiental e Tecnólogo em
Saneamento Ambiental.
2. Engº. Agrônomo,
Doutorando em Agronomia pela Universidade Federal do Ceará.
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