Aracaju/SE
“A experiência foi um ‘barato’, maravilhosa! Não tenho sequer palavras para explicar, e nunca vou esquecer o que aprendi no Brasil. Conseguimos aproveitar bastante e vamos aplicar o que aprendemos aqui quando voltarmos ao Haiti”.
Foi essa a opinião entusiasmada do estudante de administração e filho de agricultores, Simon Matador, sobre o curso de cultura da banana promovido pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) na quarta e quinta-feira (17 e 18). Natural de Jacmel, no sudeste do país, Simon foi um dos 36 abrigados haitianos que participaram da capacitação.
Os haitianos buscaram abrigo no Brasil após o grande terremoto que devastou seu país em 2010, e foram acolhidos no assentamento Moacyr Wanderlei, no povoado Quissamã, em São Cristóvão, na Grande Aracaju. Nos últimos meses, eles vêm participando de cursos e treinamentos no campus de São Cristóvão do Instituto Federal de Sergipe (IFS).
Com caderno e caneta na mão, olhos e ouvidos atentos e muitas perguntas feitas em ótimo português para quem está há pouco tempo no Brasil, os jovens haitianos passaram a quarta-feira no auditório da Embrapa em Aracaju. Foi o momento de conhecer na teoria os principais aspectos fitotécnicos do cultivo da banana, como produção de mudas, principais cultivares, plantio, adubação e tratos culturais, pragas e doenças, além de colheita e pós-colheita.
Os pesquisadores da Embrapa Tebuleiros Costeiros, Ana Lédo, Leandro Diniz, Adenir Teodoro e Carlos Martins, da Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe (Emdagro), Aparecida de Araújo, e da Fundação de Apoio à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe (Fapitec), Frederico Oliveira, fizeram apresentações bem detalhadas sobre a cultura e tiraram todas as dúvidas.
Prática em campo
Na manhã de quinta-feira foi a vez da parte prática. Os haitianos, acompanhados pelo professor de fruticultura do IFS, José Antônio Xavier Neto, visitaram o campo experimental Jorge Sobral, em Nossa Senhora das Dores, no Médio Sertão Sergipano. Lá a Embrapa Tabuleiros Costeiros mantém uma área de pesquisa com dezenas de variedades de banana adaptadas às condições do Nordeste e resistentes às principais pragas e doenças.
Os alunos haitianos viram de perto tudo o que haviam aprendido na teoria no dia anterior, e até se arriscaram a tentar executar algumas técnicas, como o desbaste e a desfolha das bananeiras, além da colheita de cachos, o que garantiu não só aprendizado, mas muitos risos e entusiasmo. O pesquisador Carlos Martins e o assistente de campo Genison Trindade, da Embrapa Tabuleiros Costeiros, demonstraram todas as técnicas e tiraram dúvidas.
Simon Matador, que como quase todos do grupo é estudante e filho de agricultores haitianos, não escondeu sua alegria ao final do curso, e ressaltou o trabalho da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa. “O mundo inteiro tem muito a prender com a Embrapa e com o povo brasileiro. A capacidade de melhorar a produção e gerar desenvolvimento no país e no mundo é notável”, disse.
A partir de setembro, alguns integrantes do grupo já começam a retornar ao Haiti.
Fonte: Embrapa Tabuleiros Costeiros http://www.todafruta.com.br/ |
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