Autor – Eng. Agrº. Me. José Thales Pantaleão Ferreira
Em Santana do Mundaú e demais
cidades do Vale do Mundaú as chuvas voltaram, permitindo o crescimento das
pastagens que servem de alimentação para o gado da região. Mas, as condições
também foram favoráveis ao surgimento inesperado de algumas pragas da pastagem,
cientificamente conhecidas como Mocis
latipes e a Spodoptera frugiperda.
A Mocis latipes (Lagarta-dos-capinzais) e a Spodoptera
frugiperda (Lagarta-do-cartucho) são as espécies de lagartas mais importantes
para as pastagens. Ambas são desfoliadores muito vorazes que podem rapidamente
consumir grande quantidade de pastagem, reduzindo a capacidade de suporte da
pastagem, consequentemente obrigado os produtores a reduzir o número de animais
ou adquirir foragem para os animais.
O ataque destas lagartas está gerando importantes
prejuízos aos pecuaristas, principalmente por termos passado por um período de
seca grave, estando o gado necessitando de pastagem de boa qualidade para
ganhar peso e tentar superar as perdas ocorridas nos períodos de seca. Contudo,
o aparecimento desta praga trouxe preocupação aos pecuaristas, que estavam
ansiosos com a chegada das chuvas, pois a recuperação da pastagem atacada pelas
lagartas leva de dois a três meses.
Em períodos de chuva constante ocorre uma
redução na incidência de lagartas nas pastagens. Contudo, ao cessar as chuvas
ocorre grande infestação. Isso ocorre, pois o período chuvoso favorece ao
desenvolvimento do fungo Nomurea rilley
que naturalmente mata várias espécies de lagartas no ambiente, incluindo a lagarta-dos-capinzais
(Mocis latipes) e a lagarta-do-cartucho
(Spodoptera frugiperda), mas quando
cessam as chuvas a temperatura e umidade no vale do mundaú são propícias ao
rápido desenvolvimento das lagartas nas pastagens, necessitando de uma
intervenção para evitar prejuízos.
Figura
1. Lagarta-dos-capinzais (Mocis latipes).
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Figura
2. Lagarta-do-cartucho (Spodoptera
frugiperda).
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Controle: Inicialmente
orienta-se que seja consultado um Engenheiro Agrônomo, Veterinário, Zootecnista
ou Técnico Agropecuário para orientações técnicas de controle e indicação do
melhor produto a ser aplicado.
Recomenda-se que as pastagens sejam
vistoriadas com atenção e frequência quanto à presença de lagartas. Observações
devem ser feitas na superfície do solo, em meio à palha sobre o solo, colmos e
folhas.
Considerando que as lagartas, quando em altas
populações, podem consumir toda a forragem disponível, recomenda-se que medidas
sejam adotadas tão logo se constatem os focos iniciais. O ataque desses insetos
se dá em reboleiras, assim sendo, o controle de focos iniciais apresenta a
vantagem de que o tratamento se dará em áreas relativamente pequenas. Nessas
áreas aplicar inseticidas de baixa toxicidade e curto poder residual
(registrados para uso em pastagens), sendo necessário retirar os animais das
áreas tratadas por tempo que dependerá do produto utilizado.
Há produtos biológicos à base de Bacillus thuringiensis que podem ser
aplicados (Ex: Dipel, Thuricide, Bactospeine).
Como se trata de um inseticida microbiano seletivo para lagartas, não é
necessário, nesse caso, a retirada dos animais das áreas tratadas. Outra
importante vantagem de sua aplicação consiste no fato de que não elimina os
inimigos naturais presentes na pastagem.
Alternativa adicional é concentrar animais
nas áreas atacadas, procurando, com isso, aproveitar a forragem disponível
antes que as lagartas o façam. Esta medida poderá ser adotada antecedendo
eventual aplicação de um produto inseticida.
Essas lagartas, quando em níveis
populacionais muito altos, podem apresentar um movimento migratório em que se
dispersam caminhando sobre o solo. Este
movimento se processa de áreas com grande concentração de lagartas, e já com
baixa disponibilidade de alimento, para áreas adjacentes, com abundância de
alimentos. Quando ocorre esse movimento,
sugere-se a utilização de barreiras químicas, como a abertura de valetas
cortando o sentido migratório. Dentro
dessas valetas são colocados produtos inseticidas.
Pode-se também fazer uso do fogo, contudo
esta prática pode trazer grandes desvantagens ao produtor rural, a exemplo da
perda de nutrientes, suscetibilidade a erosão dos solos, perda de matéria
orgânica e eliminação de inimigos naturais.
Referências Bibliográficas
EMBRAPA
- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Cultivo de Feijão-Caupi. Embrapa Meio-Norte, Sistemas de Produção (Versão
Eletrônica), Jan/2003. Disponível em: <http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Feijao/FeijaoCaupi/pragas_aereas.htm>
acessado em 02 de julho de 2013.
EMBRAPA
- Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Lagartas em Pastagens. Embrapa
Gado de Leite, Introdução Técnica para o Produtor de Leite 27. 2p, 2006.
VALÉRIO,
J.R. Lagartas em Pastagens. Revista
JC Maschietto nº 07, setembro/2009.
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É possível também utilizar parasitoides de ovos dessas mariposas, assim há um impedimento do nascimento das lagartas e não é necessário retirar os animais da pastagem, visto que o controle é biológico e as vespinhas não causam mal algum para as plantas e os animais. Além é claro do custo ser baixo.
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