Pesquisa mostra que consumo de suco de laranja cai em 127
mil toneladas nos últimos oito anos. Setor procura formas de reverter o
quadro.
São Paulo/SP
Estudo encomendado pela CitrusBR com dados da Tetrapack e Euromonitor
copilados pela consultoria Markestrat, aponta queda de 5,3% no consumo
mundial de suco de laranja nos últimos sete anos. Os dados compreendem
os anos de 2003 a 2010. A queda se deve, principalmente, ao aumento da
concorrência com outras bebidas, como águas, energéticos, isotônicos,
entre outros.
De acordo com a pesquisa, que observou os 40 principais países
compradores da bebida, a redução é equivalente a 127 mil toneladas. Para
se ter idéia, esse número é maior do que o total consumido em 2010 pelo
Canadá. Somente nos Estados Unidos, principal comprador de suco, o
recuo de 2009 para 2010 foi de 5%, o que representa 42 mil toneladas a
menos. Um volume que equivale ao total de suco industrializado consumido
no Brasil no último ano.
Em mercados importantes como a Alemanha e Reino Unido, nos últimos sete
anos, a queda foi de 22,8% e 2,5% respectivamente. Em termos
financeiros, levando-se em conta preços atuais do suco no mercado
internacional, as perdas giram em torno de US$ 254 milhões, e afetam
toda a cadeia produtiva. Segundo o presidente da CitrusBR, o cenário é
desafiador e exigirá uma renovação da indústria. “É um momento para o
setor se reinventar. Precisamos entender as mudanças no mercado para
implantar ações e continuarmos competitivos”, explica.
O estudo demonstra que apesar da queda acentuada nos principais
mercados, houve crescimento na demanda em países emergentes como Brasil,
Rússia, Índia e China, que formam o grupo BRICs, e México. Nesses
mercados se registrou um aumento de 41% ou 78 mil toneladas de suco de
laranja. No entanto, esse crescimento ainda não compensa as perdas, já
que nos outros 35 principais países a queda de 9,2% representa um recuo
de 204 mil toneladas. Isso se dá, principalmente, por que os países com
menor renda consomem o suco de laranja de forma diluída, como néctares e
principalmente refrescos. “Os países emergentes estão, de fato,
crescendo o consumo. Porém, é um movimento lento que vai levar um bom
tempo para se consolidar, exige altos investimentos, além de aumento da
demanda nos países emergentes e mudanças nos hábitos de consumo”,
comenta Lohabauer.
No caso da China, houve um aumento de 99% no consumo, o equivalente a
44 mil toneladas. Embora os números sejam expressivos, estão longe de
compensar a queda em outros mercados. Somente na Alemanha, foram 58 mil
toneladas a menos no mesmo período. Em 2010 o consumo total chinês
representou aproximadamente 10% do consumo americano no mesmo ano.
Outros países que demonstram boas taxas de crescimento são Argentina e
Chile. A Argentina, por exemplo, saltou de 4 mil toneladas em 2003, para
17 mil toneladas em 2010, Um crescimento de 358%. O Chile registrou um
crescimento vigoroso de 2003 a 2010, saltando de 6 mil toneladas para 11
mil. “A proximidade do Brasil, o Mercosul e possíveis facilidades de
transporte poderiam trazer algumas vantagens competitivas no caso de
investimentos para o desenvolvimento desses mercados”, ressalta
Lohbauer.
Onde mais caiu
Países da Europa, com alto consumo de suco de laranja, mostram uma queda importante
De 2003 a 2010
De 2003 a 2010
Estados Unidos: -19% = 194 mil toneladas
Alemanha: -22,8% = 58 mil toneladas
Reino Unido: -2,5% = 3 mil toneladas
Japão: -18% = 23 mil toneladas
Onde cresceu
Países em desenvolvimento com baixo consumo apresentam bom desempenho
De 2003 a 2010
De 2003 a 2010
Rússia: 63,8% = 84 mil toneladas
China: 99% = 88 mil toneladas
Marrocos: 743% = 5 mil toneladas
Argentina: 358% = 13 mil toneladas
Indonésia: 212,8% = 6 mil toneladas
Romênia : 162,7%= 4 mi toneladas
Resultado: Somando todas as perdas com todos os ganhos, o mundo bebe 127 mil toneladas a menos de suco de laranja concentrado-equivalente, o que equivale ao consumo total da França.
Fonte: Ascom segundo Toda a Fruta - http://www.todafruta.com.br/portal
Nenhum comentário:
Postar um comentário