segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Agricultura de Alagoas será modelo para programa nacional

Agricultura de Alagoas será modelo para programa nacional
  Iniciativa do governo federal pretende criar programa para distribuição de sementes semelhante ao que existe em Alagoas.

A farinha produzida por agricultores familiares no Agreste alagoano já está à venda nos supermercados Unicompra. A gestão de programas com foco na agricultura familiar, em Alagoas, mais uma vez vai servir de modelo para todo o País, por meio do Brasil Sem Miséria.
Depois da comercialização da farinha de mandioca produzida pelos agricultores familiares da Região Agreste pelas redes de supermercados, agora o Programa de Sementes, conduzido pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Agrário (Seagri), vai servir de exemplo para um projeto dentro do Programa Brasil Sem Miséria.
“O governo federal, através do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) e do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), vai se basear na experiência de Alagoas na condução do Programa de Sementes para criar algo semelhante dentro do Brasil Sem Miséria”, salientou o secretário de Estado da Agricultura, Jorge Dantas.
Segundo ele, o Programa de Sementes alagoano objetiva não só garantir semente aos agricultores familiares, mas também estimular a diversificação produtiva, o plantio na hora certa, com semente de qualidade, além de autonomia aos agricultores.
Para Inês Pacheco, superintendente de Fortalecimento da Agricultura Familiar da Seagri, o Programa de Sementes também promove a organização dos agricultores, segurança alimentar e ainda faz articulações para compra de parte da produção de grãos.
“O governo do Estado, com empenho do governador Teotonio Vilela, articula entidades como a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) para comprar parte da produção desses agricultores, o que resulta em mais renda no campo. Essa compra é por um preço justo, normalmente acima do preço de mercado, e o produto vai para outras famílias em situação de insegurança alimentar”, explicou Inês Pacheco.
“O Estado vive um novo tempo na agricultura familiar, e isso é resultado de muito trabalho, foi algo planejado, não é uma situação que está ocorrendo por acaso”, completou a superintendente. Para fortalecer as ações do Programa de Sementes, o secretário Jorge Dantas ainda salientou que o governo do Estado está criando e fortalecendo 600 bancos comunitários de sementes e mais 150 bancos de ferramentas.
“Esses bancos vão armazenar sementes crioulas, aquelas adaptadas a cada região, e também colaboram para dar mais autonomia aos agricultores. Além disso, com os bancos de ferramentas, que já estão instalados, o agricultor reduz os custos de produção, pois no banco ele pode retirar arados, plantadeiras manuais, batedeiras, peneiras e balanças”, frisou o secretário.
Assistência técnica garante apoio ao agricultor
Ainda de acordo com Jorge Dantas, a revitalização do serviço de assistência técnica e extensão tem contribuído para os avanços na agricultura familiar alagoana. “Quando chegamos ao governo, em 2007, praticamente não existia esse serviço. Com o interesse e a determinação do governador Teotonio Vilela, realizamos convênios com o governo federal para seleção de técnicos”, explicou.
“A Secretaria de Agricultura tinha entre 30 a 35 veículos, com média de 12 anos de uso. Hoje temos quase 300 veículos, somando automóveis, motocicletas, caminhões e tratores. Também fizemos a reestruturação dos escritórios regionais, aquisição de equipamentos e instrumentos de trabalho”, emendou o secretário de Estado Adjunto, José Marinho.
Apesar dos avanços na estrutura, os dois concordam que o mais importante foi a seleção de profissionais. “Hoje temos 300 técnicos no campo, acompanhando os agricultores, e mais 63 estão sendo capacitados para, no início de setembro, se somarem a esses”, avisou Rita de Cássia, superintendente de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural.
Entre esses profissionais que acompanham os agricultores estão: zootecnistas, médicos veterinários, agrônomos, técnicos em agropecuária, técnicos agrícolas, nutricionistas, assistentes sociais, engenheiros de pesca e economistas. “Eles facilitam o acesso dos produtores às políticas públicas”, salientou Rita de Cássia.

Comercialização gera renda às famílias do campo
Vender a produção sempre foi considerada uma etapa difícil para os agricultores, mas essa situação já começou a mudar em Alagoas. Uma das alternativas para comercialização desses produtos é o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) Compra Direta Local com Doação Simultânea, uma parceria do governo do Estado com a União, através do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
“O PAA promove a geração de renda no campo, pois consegue adquirir praticamente qualquer tipo de alimento – in natura ou processado – que seja produzido pelos agricultores familiares e repassa esses produtos para entidades assistenciais, que, dessa forma, garantem segurança alimentar e nutricional para milhares de famílias”, argumentou o secretário de Agricultura, Jorge Dantas.
Em Alagoas, o programa já está sendo executado em 14 municípios, mas até outubro vai atender a 25, que, somados, reúnem mais de 500 agricultores familiares. Estes agricultores tornaram-se fornecedores de produtos que vão desde hortaliças, raízes e tubérculos a queijos, ovos, galinha caipira, peixe e mel.
“Um bom exemplo de comercialização está no Programa de Avicultura Familiar, por meio do qual os beneficiados produzem galinha caipira e ovos e vendem para o PAA. Isso já está ocorrendo em Santana do Ipanema”, lembrou Hibernon Cavalcante, superintendente de Desenvolvimento Agropecuário da Seagri.
Outro canal para comercialização desses produtos é a merenda escolar. Segundo uma lei federal de 2009, as prefeituras são obrigadas a investir pelo menos 30% dos recursos da merenda na aquisição de produtos da agricultura familiar da região. A partir deste ano, o governo do Estado também vai fazer a aquisição de produtos aos agricultores para incluir na merenda.

Pesquisa agropecuária é fortalecida
Alternativas para melhoria da produção de alimentos, combate a pragas, doenças e manejo de animais são ações que só se desenvolvem a partir de pesquisa e inovação. Em Alagoas, a pesquisa agropecuária também está registrando avanços.
Segundo o diretor de Pesquisa da Seagri, Teodorico Araújo, o Estado desenvolveu uma variedade de sorgo forrageiro SF-15 que já foi registrada no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O sorgo é uma planta semelhante ao milho, mas que tem mais resistência à falta de água, e serve para silagem e alimento do gado de leite.
“Também reproduzimos uma variedade de palma que é resistente à cochonilha do carmin, uma praga que já chegou ao Estado, na divisa com Pernambuco”, citou Araújo. “Vale lembrar também a credibilidade deste governo, que nos permitiu incluir Alagoas no PAC da Embrapa e, com isso, obter recursos para revitalizar o setor de pesquisa”, lembrou o diretor.
FONTE: Diego Barros - AGÊNCIA ALAGOAS

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