domingo, 22 de julho de 2018

Plantios de laranja lima em Santana do Mundaú sofrem com a doença fumagina

Por: Prof. Dr. José Thales Pantaleão Ferreira

Fumagina (Capnodium sp.) é a doença que vem incomodando bastante os agricultores de Santana do Mundaú – AL, causando redução da produtividade e preço do produto, além de menor aceitação no mercado.
Em 2013 os pesquisadores FERREIRA et al. (2013) estudaram a condição fitossanitária de alguns pomares de laranja lima (citrus sinensis (L.) Osb.) em Santana do Mundaú – AL e encontraram uma incidência de fumagina de 88 a 100% nas propriedades estudadas, sendo a segunda doença com maior incidência. Esse fato fez os pesquisadores alertarem para o risco de infestação na época chuvosa, onde o clima estará mais úmido e propício ao desenvolvimento da doença.
 Mesmo em baixa infestação, a doença possui potencial para causar danos econômicos aos agricultores, pois se espalha na forma de uma crosta espessa e negra cobrindo total ou parcialmente por toda a área da folha e em alguns casos também os frutos, prejudicando a planta por reduzir à área fotossintética, a respiração, a transpiração e por tornar os frutos com aparência pouco aceitável no mercado. Geralmente, formigas, cochonilhas e pulgões estão associados à presença de fumagina nas plantas (LEMOS FILHO & PAIVA, 2006).
O controle da fumagina é realizado indiretamente, através do controle de insetos (cochonilhas, pulgões e moscas) que liberam uma secreção açucarada, que serve de alimento para a fumagina. Dessa forma, fumagina pode ser controlada indiretamente, mediante a aplicação de óleo mineral ou inseticida nas folhas infestadas pelos insetos (FACHINELLO & NACHTIGAl, 2011). Podendo também fazer uso da poda de limpeza para melhorar a aeração e incidência dos raios solares em toda planta.



Referências:

FERREIRA, J.T.P.; FERREIRA, E.P.; SILVA, W. C.; MONTEIRO, J. H. A.; Rocha, I. T. M.; ALBUQUERQUE, K.N. Estudo fitossanitário em pomares de laranja lima (citrus sinensis (L.) Osb.) em Santana do Mundaú AL. Agropecuária Científica no Semiárido, v. 9, p. 67-74, 2013. (http://150.165.111.246/ojs-patos/index.php/ACSA/article/view/265)

LEMOS FILHO, J. P.; PAIVA, É. A. S. The effects of sooty mold on photosynthesis and mesophyll structure of mahogany (Swietenia macrophylla king., meliaceae). Revista Bragantia, Campinas, v.65, n.1, p.11-17, 2006.

FACHINELLO, J. C. & NACHTIGAL, J. C. Citros: Principais Doenças. In: FACHINELLO, J. C.; NACHTIGAL, J. C.; KERSTEN, E. Fruticultura: Fundamentos e Práticas. Embrapa Clima Temperado, publicação online. Série Embrapa Clima Temperado.


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sexta-feira, 14 de abril de 2017

As chuvas voltam a cair em Santana do Mundaú



      As chuvas voltam a cair em Santana do Mundaú nesse mês de abril após vários meses com grave estiagem, trazendo esperança e irrigando sonhos dos agricultores e pecuaristas da região que amarguravam perdas na produção de laranja, morte de pés de laranja, perda de peso dos animais e morte de bezerros, vacas e bois.
    É perceptível o constante atraso na chegada do período chuvoso em Santana do Mundaú, todos os anos os agricultores esperam ansiosos pelas trovoadas de janeiro e que as chuvas continuem nos demais meses e isso vêm insistindo em não acontecer, apesar das médias históricas relatarem eventos de chuva o ano todo, iniciando em janeiro com 44 mm e prolongando nos demais meses conforme pode ser observado no gráfico abaixo. Entretanto, vale ressaltar que estamos passando por um período anormal de chuvas, podendo ter comportamento totalmente diferente dos dados da séria história de precipitação.

Figura 1. Série histórica de precipitação do Município de Santana do Mundaú-AL.



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Como monitorar as chuvas em sua região?


“O monitoramento das chuvas permite o planejamento do plantio, colheita, mecanização, controle de pragas e doenças, controle de ervas daninha e manejo da irrigação”

Atualmente estamos vivendo um tempo de escassez de chuvas no Nordeste brasileiro, passamos pela maior seca dos últimos 30 anos, onde morreram muitos animais e ocorreram incalculáveis perdas agrícolas (SUZANNE, 2012).
A região do Vale do Mundaú está geograficamente localizada na Zona da Mata Alagoana, região com precipitações acima dos 1200 mm anuais, entretanto as oscilações climáticas recentes têm causado incertezas aos agricultores que amargam perdas na pecuária e agricultura, especialmente nos cultivos de laranja lima.
Uma das formas antigas e eficientes de monitorar as chuvas é a utilização de pluviômetros (recipiente utilizado para quantificar as precipitações), possibilitando ao agricultor saber quanto choveu em determinado período.
O monitoramento das chuvas permite ao agricultor tomar decisões em seu planejamento tais como plantio, colheita, mecanização, controle de pragas e doenças, controle de ervas daninha e manejo da irrigação entre outras, além de servir de suporte ao monitoramento do risco de enchentes e ocorrência de secas.
Neste sentido, abaixo utilizamos a postagem da Defesa Civil de São Bernardo do Campo – SP, com algumas modificações para atender nossas necessidades, que ensina a fazer um pluviômetro caseiro.

Como fazer um pluviômetro caseiro?

1-   Pegue uma garrafa pet vazia, que seja reta, sem curvas – quanto maior ela for, melhor. Corte a parte inferior de forma que fique no mínimo aproximadamente 10 cm de altura para a água.
2-   Encha o fundo com uma mistura de cimento e areia (proporção 1:3) e deixe imóvel por um dia – em um local bem plano.
3-  Cole na lateral um pedaço de régua comum, graduada em milímetros, ajustando bem o zero com o nível da massa de cimento. Está pronto seu pluviômetro.

Figura 1. Materiais utilizados na confecção do pluviômetro caseiro.
Figura 2. Pluviômetro caseiro.
 Como instalar o pluviômetro? 

Coloque o pluviômetro em um local plano em campo aberto entre 1 e 1,5m de altura. O aparelho deve ficar longe de qualquer de qualquer obstáculo que prejudique ou dificulte a coleta da chuva (árvores, casas, currais).

Como usar o pluviômetro? 

Deve ser observados diariamente de manhã bem cedo (a hora deve fixada pelo operador). Observe a quantidade de chuva acumulada no pluviômetro e anote – dia e hora, e o volume coletado em milímetros.
A ausência de precipitações também é um importante valor a ser anotado (registrado).

Atenção: após cada medição, esvazie o pluviômetro.

Como usar os valores medidos? 

Cada 1 mm de chuva acumulado no pluviômetro, indica de choveu 1L de água em uma área de 1m2.

EX:
Segundo a média histórica de precipitação de Santana do Mundaú-AL:

O mês de abril chove 169 mm = 169 litros de água em uma área de 1m2.

Se puder faça um caderninho: “DADOS PLUVIOMÉTRICOS” – Local: endereço onde está o pluviômetro – Resp.: seu nome.


Observação: Precedendo qualquer ação, o mais importante é a informação – no caso, saber quanto realmente choveu. Lembre-se que é uma informação muito importante – uma coisa muito séria! *

* Se você fizer o 'caderninho' sugerido, e o preencher regularmente, ele poderá ser um material 'valioso' (para estudos, projetos, decisões).


Fontes consultadas:

Defesa Civil de São Bernardo do Campo – SP. Disponível em: http://dcsbcsp.blogspot.com.br/2011/07/pluviometro-de-garrafa-pet-como-fazer-e.html , acessado em 09/03/2013.

TUCCI, C. E. M. Hidrologia: Ciência e Aplicação. 4ª edição, 944p. Porto Alegre, Editora da UFRGS/ABRH. (Coleção da ABRH de Recursos Hídricos; 4.v).2009.

SUZANNE. C. Seca no Nordeste é considerada a pior dos últimos 30 anos. JORNAL HOJE, 15/12/2012. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2012/12/seca-no-nordeste-e-considerada-pior-dos-ultimos-30-anos.html , acessado em 15/03/2013.

Autores:

1. José Thales Pantaleão Ferreira
2. Elvis Pantaleão Ferreira

1. Eng. Agrônomo, Doutorando em Agronomia: Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal do Ceará.
2. Especialista em Engª.  Ambiental e Técnico em Agricultura do Instituto Federal do Espírito Santo.


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sábado, 8 de agosto de 2015

Bem-estar animal e agregação de valor

Várias, hoje, são as definições para o termo "bem-estar animal", aplicáveis a todos os tipos de animais, dos silvestres aos de cativeiro, passando pelos de companhia, os de produção e de experimentação. Embasado nas preocupações sobre o modo como os animais vivem e são criados, o conceito ganhou força devido a dois fatores: de um lado, as questões morais, éticas e religiosas, ligadas ao respeito aos animais, que se sobressaíram em alguns âmbitos; do outro, questões técnico-comerciais, ligadas ao sistema produtivo e à qualidade final do produto.

Para a Organização Mundial de Saúde Animal, bem-estar animal é a forma como o animal lida com o seu entorno, e aqui estão incluídos sentimentos e comportamento. Para animais de produção, assume-se que há boas condições de bem-estar quando são atendidas as "cinco liberdades", que procuram incorporar e relacionar padrões mínimos de qualidade de vida para os animais como: i) livres de fome, sede e má nutrição; ii) livres de dor, lesão e doença; iii) livres de medo e angústia; iv) livres de desconforto; e v) livres para manifestar o padrão comportamental da espécie.


No âmbito dos sistemas agroalimentares, a necessidade de remodelação dos modelos produtivos vigentes, com particular foco nos impactos gerados ao ambiente, fez com que o tema "bem-estar" emergisse, nos últimos anos, com grande força nos vários elos da cadeia. A aplicação dos princípios das "cinco liberdades" possibilitou saltos qualitativos em relação (i) aos sistemas de criação, com adequações do espaço mínimo disponível por animal, fornecimento de dietas balanceadas e disponibilidade de sombra em sistemas extensivos; (ii) ao transporte com embarque sem estresse e em veículos apropriados, determinação de tempo e distância máximos, sem interrupção, até o abatedouro; e (iii) ao abate, sem sofrimento, com atordoamento eficaz.

Exemplo prático da importância do bem-estar animal para a cadeia produtiva de carnes é a possibilidade de exploração e atendimento de mercados consumidores mais exigentes, interessados na chamada "grass-fed beef" (carne produzida sobre pastagens), em que é condição sine qua non tornar tangível (qualidade final do produto) o intangível (bem-estar). Este tipo de produto com qualidades particulares é oriundo, na sua maioria, de regiões tropicais. Sua produção, portanto, deve imprescindivelmente prever práticas de manejo que visem à proteção contra a intensa radiação solar, com vistas ao bem-estar animal. Isto porque, conforme o nível de interação "intensidade de radiação solar x nível de adaptação ao calor do animal", verifica-se maior ou menor estresse nos animais, com empobrecimento de seu bem-estar e prejuízos ao desempenho.

De fato, animais submetidos ao estresse por calor diminuem o consumo de forragem e aumentam o de água, elevam a frequência respiratória, batimentos cardíacos e taxa de sudação, tornam-se irrequietos ou ficam deitados por longos períodos, entre outros sintomas.

Destaque tem sido dado aos sistemas de produção multifuncionais (integração-lavoura-pecuária-floresta, ou ILPF), que além de possibilitarem a recuperação de áreas e pastagens degradadas, com baixa produtividade, proporcionam benefícios diretos e indiretos aos animais, como o fornecimento de sombra e melhoria das condições microclimáticas e ambientais. Tais aspectos incidem positivamente no bem-estar dos animais e o jargão "colocar o boi na sombra" - usado na bolsa de valores quando o investidor ganha muito dinheiro em uma operação, ao ponto de não precisar mais trabalhar - passa a ser também sinônimo de produto final diferenciado.

Pesquisas conduzidas pela Embrapa demonstram que segundo o tipo de árvore (nativa e exótica) e o arranjo utilizado (linha simples, dupla ou tripla) tem-se diminuição de 2°C a 8°C na temperatura ambiente dos sistemas ILPF, em relação a pastagens sem árvores. Como resultados diretos do conforto térmico oferecido melhoram-se os índices produtivos (ganho de peso, produção de leite) e reprodutivos (menor incidência de abortos, aumento nos índices de fertilidade, maior peso ao nascer).
Somadas, as melhorias aportadas pelos sistemas ILPF à ambiência e ao bem-estar animal, cooperam para o seu fortalecimento como ferramenta na otimização do diferencial da bovinocultura brasileira – rebanhos à pasto – e auxiliam na sua consolidação como sustentável no cenário mundial. É verdade, porém, que o conceito "bem-estar" apresenta escalas de valores que variam em função das diferentes óticas éticas, temporais, culturais, socioeconômicas. Mas, não se pode negar que é um caminho sem volta.

Nesse contexto, o bem-estar animal, junto a temas como responsabilidade ambiental, sustentabilidade, segurança alimentar e biodiversidade, ganha destaque, e deixa de ocupar um espaço "filosófico", embasado na ética pessoal, para se tornar aspecto prático, quantificável e aplicável, passível de ser valorado.

AUTORIA: Fabiana Villa Alves, pesquisadora Embrapa Gado de Corte
gado-de-corte.imprensa@embrapa.br
Telefone: 67 3368-2203

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sábado, 6 de junho de 2015

Desenvolve destaca novos recursos do Fecoep para APLs de baixa renda

"Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) liberará cerca de R$ 9,3 milhões para o fortalecimento de programas sociais, entre eles, os Arranjos Produtivos Locais (APLs) de baixa renda."

O diretor-presidente da Desenvolve/AL, Antonio Pinaud, participou do encontro que reuniu, esta semana, os membros do conselho gestor do Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep), e comemorou a aprovação da liberação de novos recursos que serão decisivos para o fortalecimento de programas sociais, entre eles, os Arranjos Produtivos Locais (APLs) de baixa renda. O encontro garantiu cerca de R$ 9,3 milhões para áreas de assistência social, agricultura, empreendedorismo e trabalho.

Segundo Pinaud, serão direcionados do Fecoep R$ 3 milhões que serão aplicados para o lançamento do II Edital de Apoio aos APLs de baixa renda de Alagoas. Com a contrapartida de mais R$ 3 milhões do BNDES será possível estimular o fortalecimento das pequenas iniciativas produtivas do Estado.

“Graças a essa iniciativa, conseguiremos realizar a inclusão socioeconômica de municípios e regiões que ainda apresentam Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) baixo, elevar a qualidade de vida de milhares de famílias e tornar o governo de Alagoas mais próximo da população”, sinalizou o diretor-presidente da Desenvolve.

O objetivo da Agência de Fomento é criar possibilidades de investimento e fortalecimento dos pequenos negócios e apoiar os empreendedores na construção e solidificação de seus projetos.

Com os recursos do Fecoep é possível levar capacitação de qualidade e desenvolvimento para todas as regiões do Estado. A distribuição do montante investido pelo Fecoep e pelo BNDES nos programas criados pela Desenvolve se dará em duas frentes distintas: a inserção produtiva e a distribuição de crédito produtivo e orientado.

Antonio Pinaud destacou também a preocupação permanente do governador Renan Filho em dar celeridade ao lançamento do II Edital dos APLs.

“Estamos trabalhando focados no objetivo do governador Renan Filho, com vistas ao desenvolvimento regional sustentável, à preservação ambiental, à geração de trabalho e renda, ao incremento do empreendedorismo local e ao fortalecimento das associações e cooperativas de produção e de comercialização”, apontou Pinaud.


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