sexta-feira, 14 de abril de 2017

Como monitorar as chuvas em sua região?


“O monitoramento das chuvas permite o planejamento do plantio, colheita, mecanização, controle de pragas e doenças, controle de ervas daninha e manejo da irrigação”

Atualmente estamos vivendo um tempo de escassez de chuvas no Nordeste brasileiro, passamos pela maior seca dos últimos 30 anos, onde morreram muitos animais e ocorreram incalculáveis perdas agrícolas (SUZANNE, 2012).
A região do Vale do Mundaú está geograficamente localizada na Zona da Mata Alagoana, região com precipitações acima dos 1200 mm anuais, entretanto as oscilações climáticas recentes têm causado incertezas aos agricultores que amargam perdas na pecuária e agricultura, especialmente nos cultivos de laranja lima.
Uma das formas antigas e eficientes de monitorar as chuvas é a utilização de pluviômetros (recipiente utilizado para quantificar as precipitações), possibilitando ao agricultor saber quanto choveu em determinado período.
O monitoramento das chuvas permite ao agricultor tomar decisões em seu planejamento tais como plantio, colheita, mecanização, controle de pragas e doenças, controle de ervas daninha e manejo da irrigação entre outras, além de servir de suporte ao monitoramento do risco de enchentes e ocorrência de secas.
Neste sentido, abaixo utilizamos a postagem da Defesa Civil de São Bernardo do Campo – SP, com algumas modificações para atender nossas necessidades, que ensina a fazer um pluviômetro caseiro.

Como fazer um pluviômetro caseiro?

1-   Pegue uma garrafa pet vazia, que seja reta, sem curvas – quanto maior ela for, melhor. Corte a parte inferior de forma que fique no mínimo aproximadamente 10 cm de altura para a água.
2-   Encha o fundo com uma mistura de cimento e areia (proporção 1:3) e deixe imóvel por um dia – em um local bem plano.
3-  Cole na lateral um pedaço de régua comum, graduada em milímetros, ajustando bem o zero com o nível da massa de cimento. Está pronto seu pluviômetro.

Figura 1. Materiais utilizados na confecção do pluviômetro caseiro.
Figura 2. Pluviômetro caseiro.
 Como instalar o pluviômetro? 

Coloque o pluviômetro em um local plano em campo aberto entre 1 e 1,5m de altura. O aparelho deve ficar longe de qualquer de qualquer obstáculo que prejudique ou dificulte a coleta da chuva (árvores, casas, currais).

Como usar o pluviômetro? 

Deve ser observados diariamente de manhã bem cedo (a hora deve fixada pelo operador). Observe a quantidade de chuva acumulada no pluviômetro e anote – dia e hora, e o volume coletado em milímetros.
A ausência de precipitações também é um importante valor a ser anotado (registrado).

Atenção: após cada medição, esvazie o pluviômetro.

Como usar os valores medidos? 

Cada 1 mm de chuva acumulado no pluviômetro, indica de choveu 1L de água em uma área de 1m2.

EX:
Segundo a média histórica de precipitação de Santana do Mundaú-AL:

O mês de abril chove 169 mm = 169 litros de água em uma área de 1m2.

Se puder faça um caderninho: “DADOS PLUVIOMÉTRICOS” – Local: endereço onde está o pluviômetro – Resp.: seu nome.


Observação: Precedendo qualquer ação, o mais importante é a informação – no caso, saber quanto realmente choveu. Lembre-se que é uma informação muito importante – uma coisa muito séria! *

* Se você fizer o 'caderninho' sugerido, e o preencher regularmente, ele poderá ser um material 'valioso' (para estudos, projetos, decisões).


Fontes consultadas:

Defesa Civil de São Bernardo do Campo – SP. Disponível em: http://dcsbcsp.blogspot.com.br/2011/07/pluviometro-de-garrafa-pet-como-fazer-e.html , acessado em 09/03/2013.

TUCCI, C. E. M. Hidrologia: Ciência e Aplicação. 4ª edição, 944p. Porto Alegre, Editora da UFRGS/ABRH. (Coleção da ABRH de Recursos Hídricos; 4.v).2009.

SUZANNE. C. Seca no Nordeste é considerada a pior dos últimos 30 anos. JORNAL HOJE, 15/12/2012. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2012/12/seca-no-nordeste-e-considerada-pior-dos-ultimos-30-anos.html , acessado em 15/03/2013.

Autores:

1. José Thales Pantaleão Ferreira
2. Elvis Pantaleão Ferreira

1. Eng. Agrônomo, Doutorando em Agronomia: Solos e Nutrição de Plantas pela Universidade Federal do Ceará.
2. Especialista em Engª.  Ambiental e Técnico em Agricultura do Instituto Federal do Espírito Santo.


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