Autores:
Elvis Pantaleão Ferreira; José Thales Pantaleão Ferreira; Fabiana de Souza Pantaleão; Kelizângela do Nascimento Albuquerque e Antonio Cardoso Ferreira
A ultima etapa do
processo produtivo da laranja lima é a colheita. A safra em Santana do Mundaú
ocorre duas vezes por ano, sendo a primeira entre os meses de abril a julho,
esta de maior expressão e a segunda entre os meses de agosto a novembro. Ambas as safras são colhidas por mão de obra
familiar e por trabalhadores agropecuários.
As laranjas depois de colhidas são
transportadas do campo para as estradas por “muares”, animal adaptado ao
transporte de cargas, equipados com cestos denominados de “caçoares e cangaias”
conforme ilustrado na figura 1, tendo em vista a limitação da paisagem,
principalmente em locais de topografia acidentada.
FIGURA 1 – Animais e equipamentos utilizados no transporte de laranjas.
Fonte: (Os Autores, 2012).
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Apesar da laranja lima apresentar
casca mais grossa que as demais variedades (SANTOS FILHO, 2005) tornando-a mais
resistente ao transporte, este procedimento de logística por muares vem
danificando as frutas devido às pancadas sofridas especialmente quando são
descarregadas dos cestos contido nos animais, o que torna algumas frutas
depreciada para a venda in natura.
A produção de laranja lima
atualmente vem sendo exportada principalmente para os Estados de Sergipe e
Pernambuco, e com menos expressão para os Estados da Bahia, Ceará e São Paulo,
além do consumo interno no Estado Alagoas. Cabe destacar que as laranjas
exportadas para o Estado de Sergipe são utilizadas principalmente por grandes
empresas de suco empregadas para “blends” com outras variedades, sendo pouco
exigente quanto ao tamanho do fruto, diferentemente dos demais mercados
consumidores, com um consumo in natura
da fruta, exigentes quanto ao tamanho e propriedades organolépticas da fruta.
Comumente as laranjas eram
transportadas soltas e amontoadas nas carrocerias dos caminhões, o que
danificava alguns frutos os quais apresentavam deformações, manchas de clorose
zonead a, frutos perfurados, entre
outros. Este procedimento de transporte de frutas no Brasil, segundo dados
publicados pela CEAGESP (2006) chega a atingir um desperdício estimado em 30%
até chegar ao consumidor.
Visando estabelecer
regras para o transporte de produtos hortícolas definidos como sendo (as frutas
e hortaliças "in natura", não
processadas e colocadas à disposição para comercialização), foi publicado em
novembro de 2002 a Instrução Normativa Conjunta (ANVISA/MAPA/INMETRO) (BRASIL,
2002), juntamente com orientações técnicas da Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) que regulamentou o acondicionamento, manuseio e comercialização
dos produtos hortícolas.
Assim, foi assegurada
a obrigatoriedade do uso de caixas plásticas padronizadas para o transporte das laranjas as quais acomodam
cerca de 90 - 120 laranjas. Entretanto, somente a partir de 2009 o transporte
das safras em Santana do mundaú passou efetivamente a adequar-se a norma,
conforme ilustrado na figura 6. A estratégia visa além de evitar danos à
integridade dos produtos hortícolas e reduzir os desperdícios, preservar a qualidade,
sabor, aparência, textura e, sobretudo a longevidade dos frutos.
FIGURA 2 – Acomodação das frutas em caixas plásticas padronizadas.
Fonte: (Os Autores, 2012).
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O uso da caixa visa também,
benefícios sócio-ambientais com a redução de perdas e desperdício de alimentos; econômicos, pelo aumento da vida útil
dos produtos, e benefícios sanitários, pois, a higienização das caixas
plásticas que deve ser obrigatoriamente realizada nos CEASAS sendo feita em
cinco estágios, com temperatura da água de até 50 graus centígrados com
utilização de produtos de sanitização “garantindo segurança alimentar, sem a
contaminação de pragas, fungos e bactérias”, entre outros. Além de ter como
beneficio a otimização do transporte e da logística (CEAGESP, 2006).
FERREIRA, E.P. ; FERREIRA, J.T.P. ; PANTALEÃO, F.S. ; ALBUQUERQUE, K.N. ; FERREIRA, A.C. . Citricultura em Santana do Mundaú AL: manejo agrícola da laranja lima Citrus sinensis (L.) Osbeck e os desafios para a sustentabilidade da cultura. Enciclopédia biosfera, v. 8, p. 203-219, 2012.
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