segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Plantio e Manejo de Mudas de Laranja em Santana do Mundaú-AL


     Conforme dados da Secretária Municipal de Agricultura – SMA (2012), o plantio das mudas tem como marco o inicio das chuvas a partir do mês de abril, quando apresenta condições climáticas favoráveis. Entretanto, tanto no plantio quanto no desenvolvimento da cultura, não é realizado análise da fertilidade do solo, impedindo assim, o conhecimento da atual capacidade do solo em suprir nutrientes às plantas, o que comumente têm comprometido o desenvolvimento da cultura. Acredita-se que a ausência deste indispensável procedimento pode estar contribuindo para a limitação da produção de laranjas no município, embora não se possa ignorar a existência de solos férteis, que permitam a obtenção de elevadas produtividades, sem uso de corretivos ou de fertilizantes, pelo menos enquanto sua capacidade de suprir nutrientes persistir.

    Neste sentido os autores FURTINI NETO et al., (2001) ressaltam que o correto manejo da fertilidade do solo é responsável em alguns casos por um aumento acima de 50% dos ganhos de produtividade, embora seja lamentável que conhecimentos básicos sobre o manejo da fertilidade do solo ainda não são devidamente adotados por muitos agricultores brasileiros. Ainda segundo os autores também é preciso conscientizar os agricultores que igualmente o uso inadequado e irracional de fertilizantes mineral e orgânico, além de baixo retorno econômico pode resultar em desequilíbrio nutricional da planta e sérios problemas ao meio ambiente.
FIGURA 1 – Mudas de Laranja Lima em Santana do Mundaú – AL.
Fonte: (Os Autores, 2012).

     Outro fator que também tem limitado a produtividade e comprometido os tratos culturais dos pomares de laranja lima em Santana do Mundaú, é a topografia muito irregular que apresenta a região (figuras 2), com relevo movimentado e grau de entalhamento variável. Logo, essa condição da paisagem tem dificultado a utilização de tratores e implementos agrícolas para os tratos culturais da cultura. Assim, todas as atividades são realizadas por mão de obra familiar, ou por trabalhadores agropecuários.

FIGURA 2 – Mapa de altitude de Santana do Mundaú – AL.
Fonte: (Os Autores, 2012).
     Cabe ressaltar que por falta de assistência técnica diversos pomares de laranja da região foram implantados sem a adoção de técnicas de conservação do solo ocorrendo o plantio sem curva de nível, popularmente denominado “morro abaixo” conforme ilustrado na figura 3, facilitando a erosão e degradação dos solos.
FIGURA 3 – Implantação de pomar (laranja lima) “morro abaixo”.
Fonte: (Os Autores, 2012).



     Esse procedimento de plantio em “morro abaixo” em épocas de chuvas vem ocasionando em locais pontuais do município problemas de instabilização de encostas com a ocorrência de deslizamentos de solo e corridas de lama mobilizando blocos fraturados e provocando o assoreamento de rios e lagoas.

       Segundo SANTOS FILHO et al., (2005) este tipo de plantio era comum antigamente, hoje essa prática é inaceitável, e quando acontece reflete uma inoperância dos serviços de assistência técnica e extensão rural dos órgãos locais, complementa ainda que este procedimento de plantio pode causar um generalizado problema de equilíbrio ambiental.

   Para evitar a erosão destes solos nas condições topográficas predominantes no município, deve-se fazer adoção de manejos agrícolas mais sustentáveis, com plantios em curva de nível, uso de terraceamento e mantendo sempre uma cobertura vegetal no solo, evitando que as gotas de água da chuva incidam diretamente sobre o solo e que este seja arrastado para outro local, retirando a camada de solos mais fértil e consequentemente reduzindo a produção agrícola.

Matéria extraída do artigo:

FERREIRA, E.P. ; FERREIRA, J.T.P. ; PANTALEÃO, F.S. ; ALBUQUERQUE, K.N. ; FERREIRA, A.C. . Citricultura em Santana do Mundaú AL: manejo agrícola da laranja lima Citrus sinensis (L.) Osbeck e os desafios para a sustentabilidade da cultura. Enciclopédia biosfera, v. 8, p. 203-219, 2012.


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